terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vou arrumar este blog. Mas não hoje.

Choro sem fazer barulho e até sem lágrimas se preciso for. A intenção é não perturbar mas principalmente não ouvir, como sempre, que estou fazendo "tempestade em copo d'água". Dói o peito, sim, e dá falta de ar sufocar o que está fazendo força pra sair. Eu não acho que tenho grandes problemas, nem médios, nem problemas reais, pra falar a verdade. O colégio não exige muito de mim, muito menos o emprego que eu sequer tenho, eu só preciso dar um jeito na bagunça que é minha cabeça. Essa paranoia sem sentido e esses medos sem origem.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

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Uma vez recebi isto por e-mail de uma grande amiga e todo dia pego-me pensando sobre o assunto, temendo-o. Enfrentando-o.

"Eu tenho tanto medo de um dia uma mulher normal, com cabelo liso, roupas iguais às de todo mundo e senso de humor medíocre te leve de mim. Porque essas pessoas que são só pessoas – realmente iguais à seus iguais – são normalmente mais fáceis de se conviver. Porque eu sei que você acha a minha loucura bonita e até meio poética, mas eu sei também que você já achou tudo isso muito mais lírico do que acha hoje e que, um dia, pode de verdade cansar de tanto surto."

Rani Ghazzaoui

sábado, 13 de novembro de 2010

"Desde agora, cinco horas da tarde, até a hora em que for dormir, estarei sozinho, porque disse a todos os meus amigos que estava muito cansado e não queria ver ninguém.
A menininha para quem cuidadosamente reservei esse tempo livre nem se deu o trabalho de me avisar que não viria.
Descubro com melancolia que meu egoísmo não é tão grande assim, pois dei ao outro o poder de me magoar.
Menininha, foi com carinho que lhe dei esse poder. É com melancolia que a vejo usá-lo."

O Amor do Pequeno Príncipe.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre aquele domingo.

Não sei e não gosto de trabalhar em equipe. Sou egoísta, egocêntrica e qualquer outro egoblábláblá que quiserem acrescentar. Admito que odeio dividir minhas habilidades e colocar nas mãos de outras pessoas tarefas que sei fazer bem. Ou não confio que façam bem o suficiente ou confio tanto que tenho medo de que meu orgulho saia aos pedaços, sendo pisado por alguém que me supera. A segunda opção é mais comum.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

confissões

Sei cada parte de mim muito melhor do que queria apesar de não assumir a maioria dos meus sentimentos. Sinceramente, cara, preciso de NINGUÉM enchendo minha cabeça de adjetivos: mentirosa, falsa, vadia, confusa, louca, preguiçosa. Eu sei, eu sei. E você sabe que eu sei. E sabe que só tá me falando tudo isso pra ver se me causa alguma dor e sabe, também, que não vai causar afinal você tornou qualquer dor muito pequena, incomparável. A decepção, traição e falta de respeito são agora uma grande armadura que me protege de qualquer ataque. Devo a você qualquer frieza, falta de paixão ou de controle. Obrigada por fazer eu me tornar o que sempre admirei em você. Desprezo é o sentimento mais simples e prazeroso.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Já não me pergunto mais até quando você irá limpar meu sangue.
A dúvida agora é: até quando eu vou me machucar assim?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu sei

Sim, eu sei que eu não sou fácil. Eu sei que eu grito, eu sei que eu bati a porta na sua cara, eu lembro, sim, que desliguei o telefone e não deixei você terminar de explicar que gosta de mim e que não quer me deixar. Eu sei que eu perco o controle. Eu sei que não é bonito e que, de novo, tudo foi estragado.
As milhares de promessas que fizemos nos convenceram de que 'tudo bem se acabar', e você realmente não tem motivos pra pensar que nossa amizade vai mudar. Não vai. Mas sem teu beijo, teu abraço quente, teu sexo e nossa intimidade vai ficar incompleto. Dentre as milhares de coisas que se sabe sobre nosso relacionamente conturbado, essa é uma delas: vai ficar incompleto.
Se não fosse ridículo, te ligaria agora e pediria que você voltasse... Essa sensação de perda, de impotência. Saber, ainda, que você não é mais o meu garoto. Você pode ser o garoto de outra.

Sei que exagerei, sei que me descontrolei, mas sei também que eu te amo muito, que esse afeto não vai acabar tão cedo e que eu vou sentir sua falta a cada noite fria em que eu me deitar sem seu beijo de boa noite.

sábado, 10 de julho de 2010

Nada, nunca

Não me pergunte se aconteceu alguma coisa. O problema é justamente esse: nunca acontece. Se acontecesse, meu Deus, que ótimo. Qualquer coisa. Qualquer rua. Qualquer pessoa. Qualquer lugar. Só quero que aconteça. Só quero parar de sentir que o tempo voa enquanto estou aqui sentada, sem armas para reagir à essa mesmice desses dias sozinha, percebendo que todos são solitários, verdade, mas não assim. Eu desabafo em sites, eu confio em pessoas que estão há quilômetros de mim, porque quem está perto não se importa. Quem está por aqui nem sabe o que se passa comigo. Então eu entro em contato com desconhecidos que eu sequer sei como é o rosto, e é neles que eu confio, embora alguns desapareçam, no mesmo minuto posso conhecer outros. Confiar em um desconhecido novo, entregar minha confiança para um sem-face novo e esquecer que os que estão aqui, do meu lado, me decepcionaram e abandonaram quando eu mais precisei.

Leaf

Nas minhas noites pseudo-boêmias você me protegeu como uma inocente quando o que eu mais queria era me embreagar com a mais forte das bebidas para me esquecer do quanto é triste estar consciente. Me convenci nesses últimos meses que a vida é mais leve se você não se lembra da noite passada. Quem pagou a bebida, quem tentou dormir com você ou quem não te deixou dormir não faz mais diferença. Você vive aquele momento, dá risada com os próprios tombos e provoca o dos outros sem receio. Quando caí e senti o concreto, não tive medo da dor. Foi real ao mesmo tempo que eu parecia estar sonhando. Eu não precisei de você nem ninguém ao meu lado aquela hora, eu estava aprendendo sozinha a não sentir o impacto da queda. Só te peço agora que não tente mais me salvar de um mundo em que eu só quero cair de boca.